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Baptista Cepellos

O poeta do drama brasileiro

BAPTISTA CEPELLOS E COTIA

Índice

AS VEREDAS DO POETA

O POETA D'ACUTIA

JB ENTREVISTA CEPELLOS

A CIDADANIA E O POETA

TRÁGICA POESIA D'AMOR

MANECO É MORTO

 

 

 

Referências Históricas

Nos livros COTIA (de 1993) DE COSTA A COSTA COM A CASA ÀS COSTAS (de 1996) coloco Cotia como Aldeia Carijó com origens na diáspora amazônica daquele povo nativo; quando os europeus, e particularmente o alemão Hans Staden encontrou a primeira Acutia, no Séc 16, no hoje Estado de Santa Catarina, já os nativos haviam colocado outra entre Carapicuiba e Embu, no planalto paulista; com a Sesmaria de 1580 a aldeia foi incorporada à organização administrativa da cristandade e, depois, o bandeirante Fernão Dias Paes (o sobrinho do juiz) mandou erguer, no início do Séc 17, Capela em honra de Nossa Senhora do Monte Serrat que hoje é a padroeira da cidade.

Uma cotiense deu à luz, em São Paulo, aquele que viria a ser o padre, maçon e político Diogo Feijó (1784-1843). Durante poucos anos de sua meninice Diogo Feijó viveu em Cotia.

No ano 56 do Séc 19 Cotia torna-se Vila, depois de em 1723 ter sido elevada a Arraial. Pela sua estrada principal circulavam os mantimentos necessários a São Paulo, sendo Cotia um ecossistema de extrema importância.

No ano 72 desse Séc 19 nasceu Maneco. Foi aos 10 dias de Dezembro com posterior batismo na já Matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat, no centro de Cotia.

Entre esse ano de 72, do Séc 19, e o Ano 15 do Séc 20, registra-se em Cotia uma estagnação só quebrada com o assentamento da primeira comunidade nipônica, no Ano 13, e o lançamento dos trabalhos de Baptista Cepellos: no Séc 19, pelo Ano 92, enquanto trabalha como delegado de polícia em Santa Rita de Passa Quatro, publica Noite de Natal, o seu primeiro poema conhecido; no Ano 96, sai a público o seu primeiro livro A Derrubada. Depois, já no Séc 20, no Ano 2 sai O Cysne Encantado; no Ano 6 sai Os Bandeirantes contendo prefácio de Olavo Bilac, com novas edições nos Anos 8 e 11 contendo pareceres críticos de João Ribeiro, João do Rio, Araripe Jr, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Júlia L. de Almeida. Havia em Cotia uma companhia da Força Pública onde Baptista Cepellos havia servido, ainda praça, e lá retornaria, em visita, como tenente e como capitão para mostrar como é possível subir na vida sem pisar nos outros, em puro confronto espiritual com o delegado de polícia e um certo sargento; aliás, segundo as informações do estudioso Melo Nóbrega, três irmãos do poeta seguiram também carreira na Força Pública; também, a razão de ter escolhido o tema Fundamento do Direito de Punir como tese apresentada, em 1899, ao Instituto Jurídico Acadêmico, deve(rá) estar muito relacionada aos maus tratos que recebera de algumas autoritárias autoridades de Cotia!...

Ao sereno palôr das madrugadas,

Quantas vezes alguêm de minha aldeia,

Não me víu, pensativo, nas estradas,

(...) escrevendo sobre a areia...

Autoridades que não comprendiam que a loucura do poeta era a coisa mais sã: o pensamento em progresso. Na realidade, escrevendo sobre a areia era algo que estava para lá da imaginação grosseira dessas autoridades... No Ano 7, Os Corvos; no Ano 8, Vaidades; no Ano 9 candidata-se à Academia Brasileira de Letras; no Ano 10 publica o romance O Vil Metal; e no Ano 15 estréia no Teatro Trianon, no Rio de Janeiro, a peça Maria Madalena, teve publicação na Revista do Brasil, nos Anos 20 e 21. Neste mesmo Ano 15, no Rio de Janeiro, morre Baptista Cepellos, que foi poeta, romancista, contista, advogado, promotor público e capitão: aquele que no Ano 6 havia sobrevivido à perda da mui amada e querida Sofia. Aquele que ligou culturalmente Cotia a São Paulo, e cujos acontecimentos de 1906 e 1915 o colocariam como o brasileiro da Cotia paulista. E no Ano 91, eu mesmo, com o apoio da Câmara Municipal e da Prefeitura de Cotia, reeditei A Derrubada alertando, no prefácio: O poemeto A Derrubada foi, sabe-se, o encontro da Vontade com a Razão elementar do existencial, do estar, mas, também, o encontro com a não-Razão, a possibilidade de um outro momento vivenciável (...) o corpo desenvolvendo a Vida sobre e sob as entranhas da terra, o ser é a força na busca do equilíbrio mental, daí a mística, da í a volição cultural que levou Baptista Cepellos a perceber que o derrubar da Natureza tinha/tem o mesmo efeito que a morte humana... eis-nos, então, diante de um poeta capaz da frieza naturalista e, no mesmo espaço criativo, de desenvolver o processo mental da Fé, o ser além do corpo e captando o tal outro momento vivenciável.

Sobre Baptista Cepellos muitos jornalistas, críticos e escritores escreveram ou conferenciaram, em clubes, academias de história e letras, ou universidades: entre eles, Afrânio Peixoto, Humberto de Campos, Araripe Jr, Olavo Bilac, Mário Vilalva, Deodato de Morais, Francisco Lagreca, Spencer Vampré, W. Paioli, Assis Cintra, Henrique Perdigão, Vicente de Carvalho, Melo Nóbrega, Francisco Pati, Afonso Celso, João do Rio, João Ribeiro, Walter Nogueira... Enfim, gente da intelectualidade lusa e brasileira que, tecendo considerações acerca do escritor Baptista Cepellos, falaram de Cotia.

Baptista Cepellos
O poeta do drama brasileiro
por João Barcellos

 

 


 
   

Idealizado por:
CRISTINA OKA & AFONSO ROPERTO©
Última atualização: 15 February, 2002