FOLIA DE REIS
(01) Dança
portuguesa aparentada com a chacona ou a passacaglia, cujo
tema, muito conhecido como folia de Espanha, originou numerosas
variações. Nas Beiras, procissão de
homens que cantam os louvores do Espírito Santo.
(02) No Brasil, bando precatório de rapazolas brancos,
crioulos e mestiços, vestidos de branco, que pedem
esmola para a Festa do Divino ( Folia do Espírito
Santo) ou dos Reis Magos (Folia de Reis). Levam cavaquinho,
violões, pandeiro, pistão e tantã e
cantam às portas das casas, recebendo esmolas e refeições.
(03) Na História, a folia era uma dança arcaica
dórica, com danças e cantos, em honra de Dionísio,
cujos coros foram a origem do teatro grego.
Pesquisa: Enciclopédia Delta Larousse
CONGADA
Conheça
a palestra de João Barcellos sobre a Congada
MACULELÊ
Conheça
o depoimento do Mestre Baiano Anzol sobre o Maculelê.
CATIRA
Dança também chamada de catererê,
provavelmente de origem africana, encontrada em Minas, Rio
de Janeiro, Mato Grosso, Goiás e São Paulo.
Caracteriza-se por acompanhamento de viola, palmas e sapateado.
SÃO GONÇALO
A devoção
a São Gonçalo vem de Portugal.
É casamenteiro e padroeiro dos violeiros.
Sua dança é difundida em Minas, Goiás,
Bahia, Nordeste e São Paulo.
|
|
O folclore é a expressão
máxima do sentir, do pensar, do agir de uma sociedade
e de um povo.
Grupos de seres humanos recebem constantemente as mais variadas
informações e influências de seus ancestrais
e de imigrantes que, fixando-se em um determinado local, traz
consigo uma bagagem enorme de lendas, tradições,
usos e costumes de um povo.
Nosso país é povoado por inúmeros grupos
humanos que trouxeram de diversas partes do globo, características
específicas das regiões onde povoaram.
Em Cotia, grande parte das famílias é descendente
de europeus, asiáticos e africanos, assim, somos privilegiados
por termos em nossa terra, uma enorme mistura de raças,
povos e culturas distintas.
Por volta de 1.700, viajantes que se deslocavam de São
Paulo a Vila de Sorocaba, faziam estadia aqui, descansavam
e se alimentavam. Nas margens da estrada, iniciou-se uma discreta
povoação que futuramente se chamaria COTIA.
Os estradeiros traziam consigo fortes influências de
sua terra natal, disseminando, ao longo dos anos, fortes e
predominantes características folclóricas decisivas
nas vidas daquela gente que ali se instalou.
Iniciou-se, então, a preservação de ritos,
danças, folguedos e brincadeiras folclóricas,
onde, até hoje, resistem bravamente ao tempo e ao espaço.
Uma das danças que sobreviveram ao tempo é a
de São Gonçalo, que tem como principal característica,
o pagamento de promessas das moças que não conseguiam
arrumar casamento. As jovens cantavam assim:
SÃO GONÇALO DO AMARANTE
CASAMENTEIRO DAS VELHAS
POR QUE NÃO CASAIS AS MOÇAS
QUE MAL FIZERAM ELAS?
São Gonçalo do Amará (Amarante):
é representado à moda das vestimentas camponesas
portuguesas da época, ou seja: calção
preso pouco abaixo do joelho, meia preta, bota braguesa (para
andar em local úmido), chapéu na cabeça,
capa azul nas costas e viola na mão.
A justificativa encontrada para a representação
do Santo com estas vestes, deve-se ao período que estava
em construção uma ponte na região onde
viveu, ele ajudava na construção e após
ia tocar viola para a conversão dos "pecadores",
e não tinha tempo de trocar de roupa.
São Gonçalo Padre: é representado de
batina, crucifixo no pescoço, chapéu de padre,
sapatos (que não eram sapatos comuns, pois tinham pregos
que furavam seus pés e servia de penitência durante
a celebração de sua missa, onde cantava, tocava
e dançava) e viola.
Em Cotia, há décadas, a Companhia de São
Gonçalo de Caucaia do Alto, foi tomando grandes proporções,
e hoje, arrasta uma quantidade enorme de pessoas nas suas
apresentações, iniciando por volta das 22:00
horas e encerrando somente na manhã do outro dia.
Outra manifestação popular em nosso município
são as Folias de Reis. O bairro do Moinho Velho e Caucaia
do Alto são duas regiões onde até hoje
preservam a folia e seus foliões.
A folia de reis significa a peregrinação da
viagem dos três Reis Magos a Belém em busca do
Deus-Menino. Bem curiosa é manifestação
e evolução, folguedo natalino. A folia de Reis
faz seu giro pelas casas no período compreendido entre
o Natal e o dia 06 de janeiro, (dia de Santos Reis). Vale
lembrar que o Brasil é um país continental,
portanto, cada região possui características
próprias, razão pela qual, o mesmo folguedo
ganha roupagem diferente, variando de região para região.
O chefe da folia é o ALFERES, que conduz a lapinha
(representação diante de um presépio)
e recebe as esmolas. Em alguns grupos aparecem os mascarados:
PALHAÇO, PAI JUÃO, CATIRINA, MOCORONGO E BASTIÃO.
Eles são chamados de espias do rei Herodes.
Segundo a tradição, quem acolhe os reis visitantes
é abençoado. As pessoas das casas são
acordadas com cantos e oferecem-lhes comida e bebida ao grupo.
Um dos cantos é:
ACORDAI, SE ESTAIS DORMINDO,
LEVANTAI SE ESTAIS ACORDADO,
VENHA VÊ OS TREIS REIS
NA SUA PORTA ESTÁ CHEGANDO.
Temos também em nosso município
o tradicional grupo da Congada de São Benedito, onde
lutam até hoje para não deixar naufragar uma
festa tão espontânea e alegre. Grande parte dos
homens e mulheres que, com braços fortes, ainda carregam
o estandarte da tradição, estão instalados
na Vila São Joaquim em Cotia. Eventualmente se apresentam
em cortejos espalhados por todo o Estado de São Paulo.
A congada foi adaptada no Brasil Colônia, na época
dos vice-reis, do Ceará ao Rio Grande do Sul, onde
foi extraída da epopéia clássica francesa:
Canção de Rolando.
Foram os jesuítas que trouxeram ao Brasil como forma
de catequização, pois se criava para o índio,
uma luta irreal entre os cristãos e os mouros.
Dois grupos de negros são formados, um veste azul,
que significa o bem, os cristãos; já o outro
grupo, veste vermelho, que significa o mal, representam os
mouros. O bem sempre vence a batalha, ou seja, os cristãos.
A festa é feita pelos dois grupos em louvor a São
Benedito, o padroeiro máximo dos negros no Brasil.
As violas, o canzá (reco-reco), caixas e tambores acompanham
os cantadores.
A congada é um dos mais notáveis bailados populares
do Brasil, sendo atração fundamental em qualquer
festa do Divino Espírito Santo, com canções
épicas da catequese em terras brasileiras.
Não posso deixar de registrar o Maculelê, uma
manifestação de forte expressão dramática,
que destina-se aparticipantes do sexo masculino. Dançam
em grupo, batendo as grimas (bastões) ao ritmo do atabaque
e ao som de cânticos em linguagem popular, ou em dialétos
africanos, seu ritmo vibrante contagia a todos.
É difícil de precisar quando surgiu o Maculelê
no Brasil, porém, há registros indicando que
nasceu na África por volta do século XVIII,
e teria vindo se instalar nos canaviais da cidade de Santo
Antonio da Purificação, no reconcavo Baiano
onde, até hoje, após duzentos anos, ainda tem
grande expressão folclórica.
O Maculelê é uma dança coreográfica,
formada em círculo, com uma dupla de figurantes movimentando
- se no seu interior sob o comando do mestre do Maculelê.
Tal celebração profana, comemora - se o dia
de Nossa Senhora da Purificação, a Santa Padroeira
da Cidade.
BOA NOITE PARA QUEM É DE BOA
NOITE
BOMDIA PARA QUEM É DE BOM DIA
ABENÇÃO MEU PAPAI ABENÇA
MACULELE É O REI DA VALENTIA
Em Cotia há também outras tradições
que, pelo contingente de pessoas envolvidas desde o início
até o final de sua montagem, merecem todo nosso respeito
e nossa atenção.
Abaixo segue alguns grupos e festas importantes do município:
. Violeiros (Casa dos Violeiros de Cotia)
. Artesanato tradicional (Bambu e cipó)
. Romarias (Caucaia
do Alto, Cotia e Granja Vianna)
. Comitivas de Cowboys
. Grupos da Terceira Idade
. Imigrantes japoneses
. Padroeira de Cotia (Nossa Senhora do Monte Serrat)
. Festa das Crianças (12 de outubro)
|