ROMARIA & CAUCAIA

ROQUE CELESTINO PIRES

Joaquim Pires de Oliveira Benedita Moraes de Oliveira Antonio Camargo Pires* Ana Camargo Nunes
Roque Celestino Pires Rosa Camargo Pires
Benedita Isabel Pires Lopes (Dna. Ditinha) - Matilde Pires - Acácio Pires  - Therezinha Pires - José de Jesus Pires (Zui) - Fernando Pires - Roque Pires Filho (Quito) - Narciza Pires (Tia Lila) - Joaquim Pires (Quinco) - Dulce Pires

Roque Celestino Pires e Rosa Camargo PiresBenedita Moraes de OliveiraO Sr. Roque Celestino Pires, nascido em Caucaia no dia 19 de maio de 1905, filho do português Joaquim Pires de Oliveira e da descendente indígena Benedita Moraes de Oliveira, casou-se em 6 de setembro de 1924 com Rosa Camargo da Silva, também nascida em Caucaia, filha dos caboclos Antonio Camargo Pires e Ana Camargo Nunes, e tiveram 10 filhos: Benedita Isabel Pires Lopes (Dna. Ditinha), Matilde Pires, Acácio Pires, Therezinha Pires, José de Jesus Pires (Zui), Fernando Pires, Roque Pires Filho (Quito), Narciza Pires (Tia Lila), Joaquim Pires (Quinco) e Dulce Pires.

Segundo Dna. Narciza, Roque era um um homem " ... alto, moreno, forte de espírito alegre mas enérgico, dinâmico e muito inteligente. Tinha um espírito esportivo, gostava de caça, pesca, futebol e baralho. Estava sempre cercado de amigos, gostava de cozinhar, contar piadas e costurava roupas masculinas. Não era severo; somente gostava das coisas certas!" conclui Dna. Narciza.

Anualmente, com sua família e amigos, Roque viajava de caminhão para Aparecida do Norte, festa de São Roque (16/08) e Pirapora do Bom Jesus. Católico, foi padrinho de muitos batizados, casamentos e crismas. Sempre comemorava as festas juninas com amigos e família no quintal de sua casa. Foi juiz de paz, carpinteiro, pedreiro, pintor, açougueiro e motorista. Foi nesta última profissão que Roque percorria até 3 vezes ao dia o trajeto Caucaia - Pinheiros, levando produtos agrícolas produzidos pela comunidade japonesa, já que não podiam ir à cidade devido a 2ª guerra mundial. Foi músico e maestro da Corporação Musical Imaculada Conceição.

Benedita Isabel, mais conhecida como dona Ditinha, e sua irmã Narcisa, a Tia Lila, nos contam que: na época da infância de seu pai, não havia escola em Caucaia. Tudo que Roque sabia, fora transmitido por um professor que veio morar aqui e se tornou seu amigo. Mesmo não tendo a oportunidade de estudar, sempre esteve preocupado com a educação e cultura de Caucaia: na década de 30, vendo a carência de condições da região e as dificuldades que a professora Regina tinha em ministrar suas aulas em uma pequena sala que ficava onde hoje funciona uma pequena lojinha da professora Dalva, em frente ao salão paroquial, resolveu construir onde hoje se encontra a fonte, uma casa de 3 comodos: uma sala de aula, o alojamento da professora Regina e a garagem de seu caminhão. Joaquim Pires de OliveiraPosteriormente este imóvel foi transformado em alojamento para hóspedes de passagem por Caucaia,  depois em uma vendinha (bar do Bocó) Flâmula em homenagem a Roque celestino Pirese finalmente foi demolido para a construção da atual avenida e chafariz. A escola passou então para o imóvel, construido por Roque Celestino, onde funciona atualmente a Biblioteca Carlos Drumond de Andrade, e possuia 2 salas de aulas: uma masculina e outra feminina, conforme recomendações do Estado. Posteriormente, Roque Celestino doou o terreno onde se encontra atualmente a escola que leva seu nome e a comunidade japonesa a construiu.

Dona Narcisa se lembra bem da primeira turma da Escola Mista Rural de Caucaia: eram em 45 alunos e só ia até o 3º ano. Quem podia, ia acabar o quarto ano em outras localidades: Embú Guassu, Itapevi ou Cotia.

Dona Ditinha nos conta também que seu pai trabalhava com transporte de mercadorias, levadas para São Paulo no lombo de burros, e no bairro do portão existia uma pousada para esses tropeiros. Posteriormente utilizava caminhões para o transporte.

Biblioteca Carlos Drumond de Andrade - Foto Moisés Lopes da SilvaRoque também teve papel importante na construção do primeiro galpão da Cooperativa de Cotia e seu filho Quito foi quem pintou o letreiro.

Inicialmente sua residência era onde hoje se encontra o prédio do Sr. Avelino Franco (farmácia Caufarma), em frente ao Bradesco ( local que outrora fora a sede da Banda Corpo Musical Imaculada Conceição). Posteriormente se tornou o Armazém Santa Terezinha que  foi durante 24 anos, administrado por ele e por sua esposa.

Dna. Narciza finaliza: " Era um homem simples, idealista e lutador. Foi inspetor de quarteirão, representando o serviço de policiamento de Cotia em Caucaia. Foi um dos primeiros a possuir caminhão e ter luz elétrica em casa, por gerador. Tinha água encanada, e o sistema provinha de uma nascente e fornecia água para mais tres casas. Possuia um rádio e adorava ouvir a Hora do Brasil. Os antigos bancos da Igreja Matriz foram feitos, envernizados e doados por Roque, trocados em 1975 e ainda utilizados em algumas capelas vizinhas.

Muito jovem adoeceu e faleceu (problemas de coração) aos 46 anos, no dia 23 de fevereiro de 1951. Apartir deste dia, o armazém não mais abriu, ficando o imóvel somente como moradia.

Documentos:


* Antonio Camargo Pires para alguns ou Antonio Pires de Camargo Russo para outros.

Volta!

Idealizado por:
C
RISTINA OKA & AFONSO ROPERTO©
Atualizado em 18 September, 2000