"Por que vives,
Carmelo, assim fechado,
no topo da colina assentado,
dominando toda redondeza ?
Imponente tens ares senhoris
Inútil, te retiras, não servis,
A quantos não têm teto na pobreza ..."
-Essa voz que acusa o meu Carmelo
não conhece o ideal sublime e belo
que anima esta aparente solidão!
Se os muros o separam deste mundo
É p'ra vivificar um amor profundo
Que nos une estreitamente a nosso irmão.
Se " homem algum " em sua vida "é
uma ilha"
Muito menos um convento onde brilha
O ideal e a esperança mais fagueira:
A solidão da carmelita é a do mar,
Em seu coração ela sente palpitar
O coração da humanidade inteira.
Essas grades que encerram jovens almas
tem ares de prisão... mas trazem a calma
A mais de um atribulado coração
Que encontra junto a ela paz e amor,
a alegria no serviço do Senhor
e a confiança numa vida de oração.
Imponente no cume da colina
horizontes longínquos descortina
e vigia qual atenta sentinela...
Vê ao longe o bem da nossa gente
dá testemunho de fé e amor ardente,
no sacrifício e na oração por todos vela!
A pobreza encontra aí um bom abrigo
a miséria moral um peito amigo
que a conforta e a consegue alentar
pois o Carmelo vive o zelo missionário
salvando as almas e no sentido humanitário
dá-se aos outros sem medir e sem contar.
Se se cerca de silêncio e solidão
é p'ra viver mais com Deus em comunhão
e até o Céu fazer subir a sua prece
Ele é o "Amor no Coração da Igreja"
e enquanto estiver firme na peleja
sobre o povo de Deus a GRAÇA desce!
Visão de paz, sobre as nuvens a pairar
abre tuas asas como anjo tutelar
sobre o torrão querido de Cotia.
Lembra-te, ó Carmelo, que tens nobre missão
"Viver unido a Deus, dedicado ao teu irmão"
Só assim serás o "Coração de Maria"!
(Poesia feita
por uma caramelita em resposta a um desafio)
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